Instinto Selvagem (1992)
País: França, 127 minutos
Titulo Original: Basic Instinct
Diretor(s): Paul Verhoeven
Gênero(s): Drama, Mistério, Suspense
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080










DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
PRÊMIOS
Prêmios Golden Screen, Alemanha
Prêmio Golden Screen (Scotia)
INDICAÇÕES
Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Edição (Frank J. Urioste)
Oscar de Melhor Trilha Sonora (Jerry Goldsmith)
Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Atriz em um Drama (Sharon Stone)
Prêmio de Melhor Trilha Sonora (Jerry Goldsmith)
Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Horror, USA
Prêmio de Melhor Filme de Horror
Prêmio de Melhor Direção (Paul Verhoeven)
Prêmio de Melhor Atriz (Sharon Stone)
Prêmio de Melhor Roteiro (Joe Eszterhas )
Prêmio de Melhor Música (Jerry Goldsmith)
Associação dos Críticos de Cinema de Chicago
Prêmio de Melhor Atriz (Sharon Stone)
Academia Japonesa de Cinema, Japão
Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Festival Internacional de Cannes, França
Prêmio Palma de Ouro (Paul Verhoeven)
Sinopse: A primeira cena de Instinto Selvagem condensa bem o espírito desse neo-noir dirigido por Paul Verhoeven. O sexo, movimento intenso que precede o gozo, é rondado pela iminência do crime, este consumado após a mulher, por cima, assassinar a golpes de picador de gelo o ex-roqueiro de mãos atadas na cabeceira da cama. Morte e sexo, assim, desde o início, andarão juntos numa narrativa que alude ao cinema de Alfred Hitchcock ao mesmo tempo em que o subverte por incorporar o sexo (em Hitch tão velado) de maneira mais intensa.
Em breve volto ao paralelo, mas o que importa, assim, de cara, é saber que estamos longe de intenções prosaicas ou puramente comerciais. Verhoeven fez carreira falando a respeito de aparências, revestindo ele mesmo o cinema de um caráter complexo por debaixo de tramas aparentemente simplistas ou de relativo mau gosto.
O detetive Nick (Michael Douglas) se vê irremediavelmente atraído pela principal suspeita do crime que inaugura o filme. Também pudera, Catherine (Sharon Stone) é a personificação da volúpia, mulher cuja sensualidade é amplificada pela aura de mistério – e perigo – que ela própria faz questão de fomentar. Verhoeven delineia com muita perspicácia essa personagem, a investindo de força libidinal, mas também de inteligência superior, ou seja, não fazendo dela apenas um corpo escultural talhado para o sexo.
Catherine estuda as presas e as ataca nos pontos fracos, por exemplo, com Nick, aludindo ao vício pregresso em cigarros ou volta e meia trazendo à tona significativa mancha do passado.
Instinto Selvagem é lembrado até hoje como o filme no qual Sharon Stone faz a famosa cruzada de pernas, onde deixa entrever seu hábito de não usar calcinha. Fora a visão em si, a sequência é imprescindível à identificação da personalidade de Catherine, pois, passada num interrogatório, deixa claro que a interrogada é quem comanda a ação, subjugando os homens da lei que quase paralisam diante do movimento de pernas da suspeita. Ao passo em que Nick se rende aos (óbvios) encantos de Catherine, sua vida é acrescida de perigo e excitação, ganha brilho para além do martírio e da autopiedade que até então a corroíam.
Os livros de Catherine são uma pista dúbia, denotam ao mesmo tempo culpa e inocência. Assim, a ficção dentro da ficção mais embaralha do que esclarece, pois de influência indefinida. Seria a autora dos livros também a autora dos crimes?
Catherine é uma autêntica femme fatale, apenas com a ressalva de que poucas vezes se duvida de sua vilania, já que ela própria não a dissimula. Mas estaria ela alimentando outra fantasia, além da sexual, a de que poderia ser assassina? Então, mesmo obviamente culpada, nos parece, lá pelas tantas, inocente ou vítima do nosso julgamento apressado. Nick, por sua vez, agora o protagonista do próximo livro dessa a quem considera “a transa do século”, fica entre o dever e o desejo. Instinto Selvagem é ambientado em São Francisco e mostra a obsessão de um detetive de passado fraturado por uma loira misteriosa. Em linhas gerais, remete claramente a Um Corpo que Cai (1958), de Alfred Hitchcock.
Não há qualquer arbitrariedade em Instinto Selvagem, o filme é todo calculado para aditivar o suspense de uma sexualidade feminina latente, tão forte que se configura em ameaça real ao dominante universo masculino. Paul Verhoeven é um grande cineasta, daqueles que produzem arte sem descuidar do público – assim como Hitchcock – e que, por isso mesmo, às vezes é tão incompreendido e atacado.
Elenco: